domingo, 26 de setembro de 2010

AS FASES DO DESENVOLVIMENTO PSÍQUICO

FASE ORAL – 0 A 18 MESES

Este é o estágio mais primitivo do desenvolvimento. As necessidades, percepções e modos de expressão do bebê estão originalmente concentrados na boca, lábios, língua e outros orgãos relacionados com a zona oral. (...) As necessidades libidinais (erotismo oral) são consideradas predominantemente nos primeiros estágios da fase oral; mais tarde mesclam-se com componentes agressivos (sadismo oral). A agressão oral pode manifestar-se na ação de morder, mastigar, cuspir ou chorar. Está vinculada aos desejos e fantasias primitivos de morder, devorar e destruir próprios (KAPLAN & SADOCK ).

Nessa fase o bebê é egocêntrico e narcisista e, a noção que tem de sua mãe, é dela como sendo uma extensão sua - a isso denominado de dependência primária.
Vale dizer, que o parto, é para a criança o seu primeiro trauma, visto sair do conforto uterino para um mundo totalmente novo e desconhecido.
Um segundo trauma ocorre por ocasião do desmame, momento em que a partir de então o bebê passa a experimentar a cisão do seio bom e do seio mau e, começa a ter a noção de si mesmo como um ser distinto da mãe.
O seio bom é experimentado pela criança, como sendo a mãe que se faz presente e o seio mau como sendo a mãe que se encontra ausente, ou ainda que presente, não esteja disponível para dar-lhe a devida atenção. E, em virtude dessa indisponibilidade, a criança pode passar a experimentar sentimentos de rejeição e até a apresentar sintomas de neurose de abandono.
O excesso de gratificação ou privação oral pode resultar em fixações libidinais, que contribuem para a formação de traços patológicos. Esses traços podem incluir otimismo excessivo, narcisismo, pessimismo (visto com frequência nos estados depressivos) e o hábito de reclamar.
Porém, uma boa resolução da fase oral proporciona uma base para a estruturação do caráter e, para a capacidade de dar e receber sem dependência excessiva ou inveja; e, ainda uma capacidade de confiar no outro.

FASE ANAL - 18 MESES A 03 ANOS

Essa fase que envolve o ato de reter e soltar as fezes é de acordo com Freud, o segundo estágio do desenvolvimento psíquico e, visto que já se tem a maturação do controle neuromuscular, dará à criança as primeiras noções acerca de limites.
Este período... é acentuado por visível intensificação de impulsos agressivos mesclados a componentes individuais em impulsos sádicos. A obtenção do controle voluntário do esfíncter está associado com crescente mudança da passividade para a atividade. Os conflitos a respeito do controle anal e a luta sobre a retenção ou expulsão das fezes no treinamento de toalete despertam crescente ambivalência, ao lado de um conflito sobre a separação, a individuação e a independência. O erotismo anal refere-se ao prazer sexual no funcionamento anal, tanto na retenção das fezes como apresentando-as como um presente aos pais. O sadismo anal refere-se a manifestações de desejos agressivos ligados à descarga das fezes como armas poderosas e destrutivas. Esses desejos são muitas vezes manifestados nas fantasias das crianças, de bombardeio e explosões. O período anal é essencialmente um período de esforços por independência e separação da dependência e do controle dos pais. O objetivo do controle de esfíncter, sem controle excessivo (retenção fecal) ou perda de controle (sujando-se), está unido às tentativas de autonomia e independência da criança sem medo ou vergonha da perda de controle (KAPLAN & SADOCK)

Nela, se a criança não tem certeza de ser amada, passa a confrontar os pais como forma de testá-los em sua coerência no que tange à autoridade destes e, como já foi dito, isso se da em razão dessa incerteza de ser amada.
Uma má resolução dessa fase, em que as defesas contra os traços anais não foram eficazes, pode ocasionar traços patológicos, como: elevada ambivalência, desordem, desafio, cólera e tendências sado-masoquistas. E, além disso, as características e defesas anais são vistas mais comumente nas neuroses obsessivo-compulsivas, em razão de uma fixação nesta fase.
Por outro lado, uma boa resolução da fase anal proporciona a base para o desenvolvimento da autonomia pessoal, capacidade de independência e iniciativa pessoal, capacidade de auto determinação e capacidade de cooperação sem excessiva teimosia nem sentimento de depreciação própria ou derrota, ou seja, possibilita uma pessoa mais centrada.

FASE FÁLICA – 03 A 06 ANOS DE IDADE

Essa fase corresponde à unificação das pulsões parciais sob a primazia dos órgãos genitais, sendo uma organização da sexualidade muito próxima àquela do adulto (fase genital), porém, nessa fase, diferentemente da fase genital, ainda não há a noção de uma genitália feminina.

Características da fase fálica

Nessa fase as meninas ainda não conseguem fazer distinção entre a vagina e o clitóris, gerando uma enorme dificuldade de identificação, isso por que, elas não têm a vantagem da “mangueirinha do irmãozinho” e, em razão disso, muitas meninas, principalmente na puberdade, passam a ter complexos de inferioridade, motivando nelas, a inveja do pênis e, nos meninos, o medo da castração.
É uma fase em que a criança torna-se cônscia de si mesma e de sua genitália e, por conseqüência disso, ocorrem as primeiras manifestações de masturbação e exibicionismo; de forma que, para o menino, o pênis se torna como uma espécie de muleta psíquica.
“A fase fálica está associada com um incremento da masturbação genital acompanhado de fantasias predominantemente inconscientes de envolvimento sexual com o genitor do sexo oposto” (Kaplan & Sadock), caracterizando assim, o complexo de édipo, que tem nesta fase, seu ápice e declínio.
O complexo de Édipo se deve ao tabu do incesto e à ignorância acerca de sua repressão subsequente” (...) e “costuma ser o mais fortemente responsável pelos dissídios no matrimónio e incompatibilidades nas relações conjugais e problemas conexos, como prostituição, limitação de prole, etc., à base da notória discrepância que gera, entre os motivos conscientes e inconscientes, na eleição conjugal. A experiência analítica tem mostrado quão dificilmente uma mulher com forte fixação paterna consegue a felicidade no casamento, como por sua vez, um homem fixado eroticamente na pessoa materna. Não é, por certo, muito lisonjeiro à vaidade feminina, e nem tão pouco à masculina, o ensinamento segundo o qual os sentimentos do homem para com a mulher, responsáveis pela sua escolha matrimonial ou pelas ligações extraconjugais, são, independentemente de um complexo de Édipo em grau patológico, sempre influenciados por sua ligação remota com a mãe”. (...) Com as devidas restrições, podemos concordar com o ponto de vista de Maxwell Gitelson, para quem o complexo de Édipo (desde que não atinja um nivel muito patológico) não constitui unicamente a causa nuclear das neuroses, mas também base para a formação de um caráter normal e de uma maturação sadia”. (KARL WEISSMANN, 1976).

Uma outra característica dessa fase é o fato de que as reações interpessoais da criança passam a caracterizar-se pela seleção de um objeto sexual.

Problemas associados à fase fálica:

A derivação de traços patológicos do envolvimento fálico-edípico é tão complexa e está sujeita a tal variedade de modificações que abrange quase  todo o desenvolvimento neurótico. Os problemas, no entanto, centram-se na castração nos homens, e na inveja do pênis, nas mulheres. Outro importante foco de distorções evolutivas nesse período deriva-se dos padrões de identificação desenvolvidos sem a resolução do complexo de Édipo. A influência da ansiedade de castração e a inveja do pênis, as defesas contra ambas, e os padrões de identificação que surgem na fase fálica são os determinantes primários do caráter humano. Também incluem e integram os resíduos de estágios psicossexuais anteriores, de modo que as fixações ou conflitos derivados de quaisquer estágios precedentes podem contaminar e modificar a resolução edípica (KAPLAN & SADOCK )
E, além disso, podem ocorrer também os seguintes problemas: complexos de inferioridade, narcisismo, vaidade, hipersensibilidade e a masculinização das meninas (lesbianismo e inveja do pênis).
Contudo, uma boa resolução dessa fase proporciona os fundamentos para a formação de um senso de identidade sexual, dotada de uma curiosidade sem culpa e embaraço e, de um sentimento de domínio sobre os processos internos e os impulsos. Por sua vez, a resolução do conflito edípico no final do período fálico desperta poderosos recursos internos para a regulação dos impulsos e sua orientação para fins construtivos. Essa fonte interna de regulação é o Superego, que se embasa nas identificações originalmente derivadas das figuras parentais.

FASE DA LATÊNCIA – 6 A 12 ANOS DE IDADE
Nesta fase, a criança começa a descobrir suas funções intelectuais, e devido a essa nova descoberta sua atenção se vê desviada de seus instintos sexuais. Uma fase, que vai da resolução da fase edípica até a puberdade, em que “a sexualidade parece como que adormecida, sem sensíveis progressos. Todavia, os processos dos “delitos sexuais infantis permanecem arquivados durante esse período” (Kaplan & Sadock)
Ao final do período edípico, ocorre a instituição do Superego e a posterior maturação das funções do Ego, os quais, têm por função, um considerável controle dos impulsos instintuais.
O perigo no período de latência pode surgir da falta ou excesso de controles internos. A falta de controle pode levar ao fracasso da criança na sublimação de suas energias no interesse da aprendizagem e do desenvolvimento de habilidades. O excesso pode levar ao fechamento prematuro do desenvolvimento da personalidade e à precoce elaboração de traços de caráter obsessivos (KAPLAN & SADOCK)

Sexualidade Infantil
O reconhecimento das teorias psicanalíticas implica na aceitação do importante papel da sexualidade em geral e da sexualidade infantil — em sua conotação com a teoria da repressão, que é a pedra fundamental da doutrina de Freud — em particular (KARL WEISSMANN, 1976)
Weissmann esclarece que a sexualidade infantil tem por característica um caráter narcísico e, auto-erótico, haja vista o instinto sexual ainda não possuir um objeto.
Quando se fala em sexualidade infantil, deve-se ter em mente o fato de que aos órgãos genitais femininos nenhum papel é atribuído, assim, toda a questão gira em torno do sentimento de ter ou não ter uma “mangueirinha”.
Weissmann, esclarece ainda, que a sexualidade humana, ao invés de seguir o seu curso progressivo até o pleno desenvolvimento, sofre, mais ou menos, aos cinco anos de idade uma abrupta interrupção, seguindo-se, a partir de então, um período de relativa calma, por ele denominado como período de latência, o qual, irá durar até a puberdade.
É essa sexualidade infantil, e não, a sexualidade madura e adulta, que é suscetível de sublimação, ou seja, a sexualidade pré-genital (oral, anal e fálica-uretral), que leva o indivíduoatransformar energias psíquicas infantis em produtos socialmente aprovados e culturalmente aproveitáveis. A formação reativa segundo Weissmann, percorrre o caminho inverso da sublimação, pois, ao invés de canalizar as forças instintivas para vias socialmente aprovadas ou aceitáveis, a pessoa se limitar a levantar barreiras contra elas. Um exemplo de formação reativa é o caso do exibicionismo sexual, em que o indivíduo ao invés de aspirar a um posto de destaque físico ou intelectual, torna-se reativamente modesto e acanhado.

Teoria da repressão
Nas palavras de Freud, “por repressão entende-se essencialmente a função de rejeitar e manter algo fora do campo da consciência”. Desnecessário dizer que esse algo é quase sempre um impulso sexual, que o ego infantil, cedendo à pressão do meio, é obrigado a reprimir... É ponto pacífico que sem sexualidade infantil não existiria repressão e, sem a repressão não existiriam as neuroses. Lidar com neuroses é lidar essencialmente com a sexualidade infantil ou, mais precisamente, com fantasias sexuais infantis inconscientes.(KARL WEISSMANN, 1976)
Weissmann prossegue dizendo que “nas neuroses de adultos não nos deparamos necessariamente com as repressões primitivas, senão com as repressões subsequentes”. E, aponta como causa das neuroses humanas a longa infância e a fixação erótica aos progenitores do sexo oposto.

O desenvolvimento libinal, segundo Anna Freud
De acordo com Anna Freud, é possível, mesmo por um exame superficial, estabelecer se uma criança se encontra adequadamente dentro do quadro de sua idade, no seu desenvolvimento libinal e, para isso, ela chama a atenção para as fantasias que acompanham as atividades masturbatórias da criança, embora, na prática, ela admita ser de pouca valia para a formulação do diagnóstico.
Segundo ela, estas fantasias são sempre escamoteadas, muito frequentemente inconscientes, e apenas se mostram no transcurso de uma análise, não no transcurso de uma consulta.
Para Anna, a anormalidade libinal de uma criança é, além do mais, julgada de acordo com o que acontece com cada um dos instintos componentes. As suas manifestações não são visíveis no mesmo grau em todas as crianças; nem a criança, individualmente considerada, nos indica quadros igualmente claros quanto a todas as diversas tendências libinais.
E, explica que geralmente, alguns do instintos componentes acham-se claramente em evidência, enquanto que outros permanecem apagados e na sombra. E, que em relação a algumas crianças poderíamos acreditar que a crueldade ou o exibicionismo ou a perversidade não desempenharam qualquer papel em suas vidas; enquanto que com outras, essas pulsões são inequívocas e outros instintos somente se deixam perceber através de uma observação mais atenta.

FASE GENITAL – A PARTIR DOS 12 ANOS
A fase genital é o estágio final do desenvolvimento libidinal instintual. É uma fase que se estende do começo da puberdade até que o adolescente atinja a idade adulta. Nela, ocorre o despertar da sexualidade que se manteve adormecida na fase de latência, porém, fixações e regressões podem estancar o desenvolvimento libidinal e interferir na primazia genital e no funcionamento genital adequado na vida adulta.
Para Freud a puberdade significa a época em que a zona genital consegue se tornar capaz de realizar suas atividades, tornando possível a realização completa do ato sexual. Assim, se esta evolução sexual é normal no indivíduo, os prazeres sexuais mais intensos serão experimentados com satisfação na zona genital.
Ao contrário do que se possa pensar, para Freud, a puberdade não é o momento em que nasce o instinto sexual, e sim, o momento em que tal instinto adquire sua forma definitiva, tornando-se maduro e adulto.
Na fase genital, o indivíduo está sujeito a ser condenado ou não a uma neurose, psicose ou perversão. Mas, caso haja uma boa resolução dessa fase, o indivíduo irá desenvolver uma personalidade totalmente madura com capacidade para uma plena e gratificante potência genital e um senso de identidade consistente.

domingo, 19 de setembro de 2010

O APARELHO PSÍQUICO


Freud denominou de aparelho psíquico, a atividade psíquica. E, segundo ele, este aparelho é composto de três partes: Id, Ego e Superego.
Trata-se de um conjunto de elementos que estão em constante relacionamento entre si, mas que interferem uns nos outros. Do id nos vem a matéria-prima, a substância vital, o conteúdo instintivo; do ego o controle e, do Superego o corretivo das ações motivadas pelos dois primeiros.

O ID

Segundo o dicionário Aurélio, o Id é “a parte mais profunda da psiquê, o receptáculo dos impulsos instintivos, dominado pelo princípio do prazer e pelo desejo impulsivo” e, tem como função descarregar as tensões biológicas. É a parte mais primitiva da personalidade e, funciona como reserva inconsciente dos desejos e impulsos, tais como: comer, eliminar resíduos, obter prazer, etc, além dos impulsos sexuais e agressivos.
O poder do Id expressa o verdadeiro propósito da vida do organismo do indivíduo. Isto consiste na satisfação de suas necessidades inatas. Nenhum intuito tal como o de manter-se vivo ou de proteger-se dos perigos por meio da ansiedade pode ser atribuído ao Id. Essa é a tarefa do Ego, cuja missão é também descobrir o método mais favorável e menos perigoso de obter a satisfação, levando em conta o mundo externo. O Superego pode colocar novas necessidades em evidência, mas sua função principal permanece sendo a limitação das satisfações.

O EGO

Segundo o dicionário Aurélio, o “Ego é a parte mais superficial do Id, a qual, modificada, por influência direta do mundo exterior, por meio dos sentidos, e, em conseqüência, tornada consciente, tem por funções a comprovação da realidade e a aceitação, mediante seleção e controle, de parte dos desejos e exigências procedentes dos impulsos que emanam do Id”.

...o Ego saiu do id. É um Id diferenciado. É a sua parte organizada (civilizada). É a sua fachada;... (a ele) compete a tarefa da autopreservaçâo. Em relação aos fatores externos, o Ego cumpre essa função registrando, reagindo aos estímulos que lhe vem de fora, acumulando experiência em relação aos mesmos [pela memória], evitando excessos de estímulos [pela fuga], lidando com os estímulos moderadamente [via adaptação], e, finalmente, operando mudanças apropriadas no mundo externo em seu benefício [via atividade] (WEISSMANN, 1976).

Karl Weissmann esclarece em seu livro “Biblioteca de Perguntas e Respostas – 2. Psicanálise”, que tornar o Ego mais forte e mais independente do Superego é a meta por excelência de todo tratamento psicanalitico. E, ainda acerca do Ego, diz:

...sua função consiste no controle sobre as exigências instintivas do Id, quer permitindo a sua satisfação, quer postergando e determinando-lhe a época e as circunstâncias favoráveis ao meio ambiente, quer suprimindo as excita- ções completamente (...). [KARL WEISSMANN, 1976].

Weissmann alega que a transformação de autonomia primária em autonomia secundária se processa em parte através da capacidade do Ego, largamente inata, de postergação da descarga.
E, fazendo citação a Freud, diz que o Ego não é impulsionado apenas pelas forças do Id; explicando que Freud admitia que o Ego era também alimentado por outras forças, além das instintivas. E que, segundo ele, todos os conceitos de Ego e de Id relacionam-se aos pais e à nossa longa infância, eroticamente fixada aos mesmos, gerando as complicações do complexo de Édipo. E, diz que da identificação, mais ou menos problematizada, com os progenitores e com as figuras que são representantes da série materna e paterna, resulta a formação do Ideal do Ego, também chamado Superego.
E, alega que das perturbações sofridas nesse processo resultam as notórias crises de identidade, bem como os fenômenos de múltipla personalidade, e complicações de outra ordem.
Segundo Weissmann, “enquanto o Ego e o Id cumprirem os requisitos das suas relações recíprocas não haverá distúrbios neuróticos”.
“Para poder haver um desenvolvimento normal do Ego, as pessoas introjetadas no período de formação, devem ser despersonalizadas”, acentua Freud. E acrescenta: "e é precisamente isso que não ocorre com as pessoas neuróticas", que, por assim dizer, preservam as pessoas de suas introjeções e identificações dentro de si.

Daí as suas "indigestões" psíquicas, as suas perturbações égicas, com as suas crises e cisões patológicas. Não é de estranhar que, em tais casos, o Ideal de Ego não resulta na formação daquiIo que se poderia considerar um Ego Ideal (KARL WEISSMANN).

Freud compara o Ego, entre outras coisas, à razão, assim como o Id à paixão.
Contudo, a inteligência é apenas um dos aspetos do Ego, assim como a lógica.
A ordem evolutiva do Ego se processa, segundo Freud, em termos de gradativa transformação de Id em Ego. E, define a adaptação evolutiva do Ego como "um protótipo ideal daquele estado para o qual tendem todos os esforços conciliatórios (não unicamente do Ego, senão também os do Id e do Superego) e que constituem todas as suas múltiplas obediências".
A Verdade é que não é possível indicar o ponto exato onde o Id acaba e o Ego começa ou onde termina o Ego e inicia o Superego.

SUPEREGO
À medida que vai se desenvolvendo, a criança se vê diante de certas demandas do meio que persistem sob forma de normas e regras estabelecidas. Estas regras e normas pertencentes ao mundo externo acabam por se incorporar em sua estrutura psíquica, constituindo assim seu Superego, representando uma espécie de resposta automática do “certo” e do “errado”, que surge na pessoa diante das várias situações, nas quais deve tomar uma decisão.
O Superego se equacionou ao medo dos pais incorporado à consciência inconsciente do indivíduo. A mais ou menos temida autoridade parental que era externa e passou a ser interna, transformada na voz interior que repete monotonamente os velhos mandamentos familiares.
Dessa forma, o Superego trata-se de uma representação internalizada dos valores e costumes da sociedade.
Mas, para que haja um bom equilíbrio, surge a necessidade da existência de um Ego fortalecido, de um Superego moderado e do conhecimento da natureza e dos impulsos do Id.

O Ideal do Ego
Segundo Karl Weissman, o Ideal de Ego foi rebatizado com o nome de Superego, mas a denominação original não foi descartada. Passando a designar mais o aspecto positivo de nossa consciência moral, ou seja, os nossos ideais conscientes, os modelos que inspiraram as nossas melhores esperanças — como acentua Ernest Jones; enquanto por Superego se entendia mais os aspetos negativos: a função de criticar, advertir, punir, etc.

Quem é o Psicanalista

É o profissional clínico que aplica os princípios, os postulados, as técnicas e os métodos da Psicanálise no tratamento ou na prevenção de distúrbios psíquicos de natureza inconsciente, tais como: inadaptações, timidez, impulsividade, sentimento de culpa, desgosto obsedante, escrúpulo excessivo, distrações desagradáveis, dúvidas persistentes, abulias, fobias, obsessões, neurastenias, neuroses de fracasso, perturbações sexuais, doenças psicossomáticas (aquelas doenças orgânicas que incoscientemente produzimos em nosso corpo), etc 

Quem é Ronaldo

Ronaldo José de Sales Pereira – nasceu em Santo Antonio de Jesus no dia 23 de abril de 1975, filho de Irenio Santos Pereira e Valdelice Paula de Sales Pereira. Casou-se com Verônica Silva de Sales Pereira, a qual lhe deu um filho, Guilherme José de Sales Pereira. Contabilista, Formado em Geografia, Bacharel em Teologia Pós-graduado em Desenvolvimento Regional Sustentável, Pós-graduado também em Gestão em Educação, Mestre em Eclesiologia, Mestrando em Ciências Sociais da Religião, Doutor em Divindade e Formando em Psicanálise Clínica. Atua como professor de Geografia da Escola Municipal Antonio Carlos Souto, Professor da Faculdade Teológica Filadélfia e Diretor da Escola Estadual Marilda Sampaio de Almeida. No lado espiritual sempre desenvolveu trabalhos ligados a propagação do evangelho, sempre assumindo cargos eclesiásticos, sendo atualmente Pastor-Presidente da Igreja em Laje Ministério Restauração. É também diretor da Escola Bíblica Palavra de Deus. Com este ministério da palavra escrita, também publicou em 2001 o livro O Desejo do Coração de Deus. Em 2006 foi homenageado pelo Governo do Estado tendo sua vida e obra publicada no Dicionário de Autores Baianos. Inscrito  na Agência Brasileira do ISBN (International Standard Book Number) sob n.º 911190.